quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Gratidão

Despedidas são tristes. Palavras não servem. Consolos não bastam. Sorrisos apenas disfarçam. Enquanto as lágrimas revelam. Evidenciam a dor. Inevitável. Dor pelo medo do novo. Mas, principalmente, por uma ausência que se torna presente. Nova companheira. Também chamada saudade!

A vida é feita de despedidas. De todas as formas. Em todos os momentos. São elas que marcam a transição entre as etapas do viver. Mudança tão necessária ao crescimento, que não pode – nem deve – ser evitada. Do contrário, evita-se o sofrer pela presença intensa de uma ausência, mas entrega-se à escravidão da estagnação. A vida para! Perde o encanto. Fica sem graça.

Viver exige movimento. Novidade. Transformação. Vida sem movimento perde a beleza. Tudo é conhecido. Tudo é permanente. Viver deixa de ser atraente.

A vida que para se transforma em subsistência. Dias pesados. Sempre iguais.

Gosto de novidade. Por isso, decidi fazer de cada despedida um momento único de devoção. Apenas assim é possível amenizar a dor da separação e deixar-se dominar pelo sentimento de gratidão. Reconhecimento do que se ganhou na etapa que se encerra. Esperança de que dias melhores – sempre – virão.

Se despedidas são necessárias, comemorações também são. Então, nos momentos de partida, escolhi não lutar contra as lágrimas. Decidi apenas esforçar-me para secá-las com o calor intenso do meu sorriso e da minha gratidão!

Hugo Rocha

Um comentário:

Anônimo disse...

Belíssimo texto Hugo, posso dizer que penso um pouco diferente de vc,às vezes diante das mudanças da vida e principalmente das despedidas, eu crio um pouco de resistência a estas. Acredito não ser o mais difícil o ato de secar as lágrimas, mas sim de apagar da memória as lembranças do que se foi...