sábado, 28 de fevereiro de 2009

Carta a um amigo

Sou teu amigo! Certo é que não me conheces. Nem eu, presencialmente, a ti. Mas te conheço bem mais que me conheces. E, por isso, arrisco-me a dizer o quanto és precioso para mim. Mesmo sem saber se lerás a expressão de meu sentimento. A ti, amigo. Companheiro. Irmão.

Não há ninguém que consiga me provar que não posso ser teu amigo. Há muito deixei de considerar amigos aqueles que por mais tempo estiveram ao meu lado. Desde então, meu coração alçou voo em direção a ares dantes ignorados. Locais pouco explorados. Nessa jornada, descobri-me amigo de escritores. Poetas. Cronistas. Romancistas. Antropólogos. Sociólogos. Filósofos. Pastores. Padres.

A maioria desses meus amigos nunca me conhecerá. Dos que estão vivos, provavelmente poucos – ou nenhum – terão notícias de mim. Mas isso não me importa. As pessoas que me cercam sabem o quanto admiro cada um deles. Dentre esses, estás presente. Em um lugar de honra. Intransferível. Em meu coração.

Lembro-me, como se fosse hoje, como nossa amizade começou. Através de alguns versos escritos por ti em forma de canção, meu coração encontrou o teu. A paz. A satisfação. O sentimento irreversível de que algo nos unia. O Amor de Deus. Em Cristo. Como explicar tamanha identificação? Como explicar tão inebriante paz? Não posso! Sou humano demais pra compreender...

Assim como em toda amizade, logo veio o desejo imenso de conhecer um pouco mais do amigo. Ler. Ouvir. Conhecer. Admirar. Falar. Todos os que me cercam passaram a conhecê-lo. Sem rótulo algum. Apenas como “um homem que entendeu o Amor”. Nunca fui fã de rótulos. O que somos? Simples! Apenas aquilo que essencialmente somos. Títulos ou palavras não o podem exprimir. E assim és para mim.

Teus conselhos aos desesperados. Tuas palavras aos feridos pela vida. Tua atenção aos que, dilacerados por dores causadas pelo mundo, procuram alívio. Teu esforço em remar contra a maré da indiferença que toma as rédeas da sociedade. Tua determinação em motivar o próximo nessa jornada. E, sobretudo, tua paciência e amor para lidar com aqueles que, por não terem virtude suficiente para entregar a própria vida em prol de uma causa que coloque o amor ao próximo como parâmetro de atitude e conduta, decidiram apenas atirar pedras. Palavras. Gestos. Ofensas.

Hoje, quero apenas te agradecer. E, quem sabe, deixar que minhas palavras sirvam como bálsamo que te ajude a curar as marcas dos ataques de quem escolheu simplesmente odiar. Não almejo nada, além de expressar quem és para mim. Companheiro de jornada. Habitante eterno em meu coração.

Hoje, quero dizer que tornaste-te, para mim, um exemplo. De homem. De amigo. De servo. Quero copiá-lo naquilo que tens de melhor. Ser melhor homem. Melhor amigo. Mais servo. Mais fiel e amoroso para com quem a mim se achega carente de cuidado e atenção. Não quero, com isso, atar um fardo a tuas costas. Um peso que te dificulte a caminhada. Não! O fato de seres exemplo para mim não inclui qualquer tipo de cobrança. Não tens que suprir minhas expectativas pessoais. De ti, nada espero além de continuar tendo-te como amigo. Isso basta. Não desejo nada mais. Apenas que meu amor e admiração por ti sirvam como combustível para a tua bela e nobre jornada.

No Amor dEle, em Quem pessoas desconhecidas e separadas por limitações geográficas, reconhecem-se amigas;

Hugo Rocha

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei da carta, realmente tem horas na vida que eles fazem mais companhia!!!beijokas nesse coracao de algodao doce!!