quarta-feira, 15 de abril de 2009

(Não) saia sem seu cartão de CPF

Antes de tudo, admito que tenho alguns gostos estranhos! E um deles é coletar sangue para fazer exames. Lembro-me que quando fiz isso pela primeira vez a responsável pela coleta se surpreendeu por meu olhar acompanhar todo o procedimento. Hoje acordei cedo para coletar sangue na unidade Alípio de Melo do laboratório Hermes Pardini. Observei a retirada dos três frascos atentamente. E tive uma experiência didática muito interessante: encontrei um uso para meu cartão azul - o CPF.

Para evitar perdê-lo, assim como muita gente que conheço, deixo-o em casa. Mas, hoje, ao solicitar no guichê do laboratório a senha para retirada dos resultados pela internet, soube que é imprescindível a apresentação do cartão de CPF. Para quê? Garanto que ainda não sei, assim como as duas funcionárias do laboratório que me atenderam. Só sabem que é “norma de procedimento da empresa”.

Eu até concordo com quem diz que não tenho afeição a normas; mesmo assim as compreendo quando fazem algum sentido. Ou mesmo se a pessoa que me exige sabe explicar a razão daquilo que exige. Explicação que deve ir além do “sempre foi feito assim”. Nesse caso, ainda não encontrei nenhum bom motivo. E continuo a pensar. O cartão não tem foto; apenas o meu nome completo e o número do meu CPF. Dados que eu posso fornecer de cor.

O argumento da primeira atendente é que eu poderia fornecer o CPF de outra pessoa e haveria o risco de alguém ter acesso ao meu resultado. O intuito da norma seria o de resguardar o cliente. Porém, nesse caso, a probabilidade de alguém descobrir a senha aliada ao número correto do meu CPF é até maior que a de descobrir a que for correspondente ao número errado. Pois é muito mais fácil alguém ter acesso ao número do CPF que me pertence do que ao que eu, na hora, fornecer, seja por erro ou por algum capricho.

Outra funcionária argumentou que a exigência do cartão azul é para “evitar mais processos”, pois “a empresa já sofre com muitos processos na Justiça”. Enquanto voltava para casa comecei a pensar nessa afirmação. Se o laboratório é alvo realmente de tantos processos, quais serão os motivos? Erros de diagnóstico? Ou será que há inúmeros casos de gente que ficou insatisfeita na hora de retirar os resultados pela internet e resolveu entrar na Justiça? Se o motivo da exigência do CPF realmente for esse, divulgá-lo afeta a credibilidade que as pessoas colocam no trabalho realizado lá.

Nesse caso, ficou claro que faltam ações de comunicação interna no Hermes Pardini, a fim de preparar os funcionários para responder de forma mais eficiente e satisfatória às questões de seus clientes.

Hugo Rocha

2 comentários:

Kennedy Lucas disse...

Arrr! Eu nao gosto de coletar sangue! Nao dói muito, mas é uma sensação horrivel a agulha entrando em tua veia, eca, nao gosto nem de lembrar.

Leandro Neri disse...

ahiuahaiuhaiuhaiuhiuah\iua

Adoro ler narrações de situações corriqueiras por quem sabe fazer com presteza! xD

Muito bom!

Pq brasileiro complica tanto às vezes?
Uma vez conversei com uma chinesa que foi impedida de comprar um celular aqui no Brasil, porque as normas da empresa exigiam o CPF... E na China isso não existe...
A pobre ficou sem o celular... ¬¬