terça-feira, 21 de abril de 2009

Se preciso, saia!

Desde que decidi romper com o movimento evangélico e com qualquer forma de religião tenho ouvido perguntas sobre a razão dessa escolha. Até hoje, contentei-me em apenas não responder. Não ligo para a interpretação que os outros possam dar ao meu ato. Porém, ultimamente a pergunta tem surgido com mais frequencia e decidi – sei lá por que razão - responder.

Decidi, também, por tabela, agradar aos que se queixam que raramente cito trechos da Bíblia para abordar a minha fé. Há uma passagem do livro de Mateus que explica a minha decisão de seguir na Vida por rumos que não mais passam pelos trajetos de qualquer proposta religiosa. Após falar das bem-aventuranças e dar mais alguns ensinamentos às multidões que o ouviam, Jesus disse: “E se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno.” (Mateus 5.30)

Sim, foi isso mesmo que fiz: cortei a religião da minha vida. Apenas porque ela começou a me fazer tropeçar. Ao contrário do que muitos dizem (palavras postas em minha boca), não descarto que um dia a experiência religiosa tenha me feito bem. Não ignoro que um dia a “igreja” me fez crescer. O que sou hoje passa pelo que vivi ontem, no ambiente da religião. Mas assim que ela começou a me transformar em alguém distante daquilo que eu almejava ser, decidi cortá-la e seguir em frente, usando apenas aquilo de bom que ela me fez.

E é por isso que não oriento a ninguém que deixe qualquer ambiente em que hoje esteja. Creio que todas as experiências humanas são válidas para a construção do ser. Assim como Jesus não disse a todos que cortassem a mão direita, nem mesmo que antecipassem o corte do membro para prevenir o erro, eu não digo a ninguém: saia! Não tenho essa prerrogativa.

Se a “igreja” te faz uma pessoa melhor, por favor, não a deixe! Não saia de lá. Mas se te faz feio, ignorante, presunçoso, arrogante e menos parecido com Jesus, corte-a já. O problema não é a mão; é o que ela te motiva a fazer. O problema não é a “igreja”, mas quem você pode se tornar nela. Se preciso, saia!

Esse convite, alerto, não é para os irresponsáveis. A cobrança da própria consciência é bem mais difícil de suportar que as cobranças impostas pelas normas da religião. Isso eu experimento todo dia! E quem gosta de irresponsabilidade normalmente tem mais estômago pra religião.

Hugo Rocha

2 comentários:

Leandro Neri disse...

Cara!
Não sei o porquê, mas eu realmente gostei do texto... rsrsrs

Hugo dando explicações e em linguagem tão aberta assim é algo meio incomum de se ver. hehe

Abraço!

andre' disse...

é realmente estranho... rs
diferente...
eu acho que nunca cheguei a te fazer essa pergunta...
até por que te conheço bem de antes dessa 'revolta' toda... kkkkkkkkk

mas vc sabe como respeito seu posicionamento e concordo com muitos dos seus pontos de vista...

e cá fico eu... bem... esperando pra voltar pra igrejaem Brasília... xP

abraço grande...

e não esqueça... 'olhando pras estrelas..." xD