quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Sempre adiante

Seu ano novo começara antes – ainda no ano anterior: 2009. Mais exatamente no dia 29 de dezembro. Sim, tudo começara com um presente que recebera de um amigo, um dos poucos amigos indefiníveis que ele possuía. O presente em questão era um texto. Ao lê-lo, um novo tempo começara: ano novo, vida nova... Ele passara, então, a meditar no poder que a opinião de um outro tinha sobre si.


Saiu de casa, rumo aos encontros que o esperavam antes, durante e após o reveillon, comemoração que marca o início oficial do novo ano. Mas o dele já havia começado. Iria apenas cumprir os protocolos sociais. Seu 2010 já estava em trânsito, mesmo que ele não comentasse. Quem entenderia? Talvez aquele que dera início a tudo, com as palavras escritas em um texto.


Quando chegou ao seu destino físico, a esperança era aquilo que o movia. Esperança que logo o deixaria. Ele ainda não sabia que não chegaria aos destinos que o motivavam: encontros. Não demorou muito para que o primeiro encontro se revelasse em um dos maiores desencontros já tidos na vida. A esperança era toda, agora, para o segundo encontro.


Mas o que houve foi um segundo desencontro. Não houve encontro. Definitivamente, a esperança o abandonara. A saudade o visitava de uma maneira avassaladora. Saudade dos encontros naturais e espontâneos que o visitaram durante o ano que se fora. 2009 chegara ao fim, mas tais encontros permaneciam, habitantes da eternidade.


O desejo do seu coração se depositara, agora, em tais encontros. Ele precisava voltar. Sua alma ansiava por encontros. Lá, naquele lugar, não havia mais espaço na alma para o desejo. A esperança o deixara. Mas... surpresas sempre o visitavam. E, mesmo que ele não as esperasse, não seria agora que elas deixariam de chegar...


E o impacto foi grande. O novo ano havia trazido novas de-cisões... Ele se lembrara das palavras escritas naquele texto: “Nem espero que Deus conserve a nossa amizade, nem os meus sentimentos, nem a minha concepção. Eu espero, profundamente e euforicamente, que Deus TE conserve. Conserve a Pessoa que você é, pois estou certo que apenas isso importa para que sejamos amigos até a morte. Pois você é capaz de sempre tocar o barco.”


Sim, ele era grato por aquelas palavras. Quem as escrevera talvez nem soubesse o impacto que elas lhe haviam causado. Ignorava que elas o haviam o colocado de pé. Provavelmente tal pessoa nem mais se lembrasse com exatidão a profundidade do que escrevera. Mas ele, sim, sabia. Mais que saber, ele sentia... E como sentia... Grato, por ter apostado em alguém que se revelara infinitamente mais capaz e melhor do que ele havia esperado. Ele sabia da capacidade humana de tal ser, mas não esperava uma evolução tão rápida... Lembrou-se que o Amor (ou Deus) flui sempre de fontes inesperadas.


As surpresas não parariam por aí. A volta aos cenários primordiais de sua vida lhe lembraria, uma vez mais, que as coisas acontecem quanto têm que acontecer, e não quando a gente quer! Era hora de aprender a lidar com isso... Estaria ele pronto?


Uma outra história. Dessa vez, recheada de encontros. Era hora de continuar tocando o barco, sempre adiante...


Hugo Rocha

Um comentário:

wendell dos reis disse...

sem comentários! sem sem sem!