segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Uma liiindaaa canção

Tudo teve início quando, deitado na grama da sua praça, ele mirava o céu, observando o brilho de cada estrela que seus olhos podiam ver. Na verdade, o início não havia sido ali. Aquele era o fim, ou talvez uma parte do meio. Ou não... Ele não mais sabia em que ponto exatamente se encontrava naquela história.


Ele havia voltado à cidade que tanto amava há pouco menos de um mês. E ela estava ali, esperando-o no aeroporto. Os braços abertos, o olhar (que não encontro adjetivo para descrever) e, enfim, o(s) abraço(s) e o(s) beijo(s). Ele ansiava por tal momento. Ela era definitivamente autêntica. Ela era, sempre e eternamente, aquela que o conhecia. E verdadeiramente o amava tal qual ele era.


Mas, no dia seguinte, foi a vez deles. Dois que habitavam em um território de poucos. Encontros. De onde teria vindo sua fixação por tais momentos? A resposta era tão vaga quanto a explicação para o encontro inesperado que ocorreria no fim daquele dia. Olhar e abraço – seria uma receita? Não sabia, mas tinha certeza de que eram elementos desencadeadores de movimentos em sua alma. Naquele dia, a falta de explicação. Como decifrar aquilo?


Nos dias seguintes, a explicação tornara-se absurdamente mais difícil. Talvez impossível. Mas isso não importava. A vida era o motivo, o fim. E ela corria, empurrada pelo tempo – cruel e assustador. Tempo que, entre tantos atributos, tem o poder de nos afastar. Às vezes apenas fisicamente.


E foi isso que aconteceu. O tempo os afastara. Fisicamente apenas, era essa a vantagem. Seus corações continuariam ligados. Até quando? Talvez tal ligação não fosse submissa ao tempo. E isso não importava; não agora! Era hora de pensar nas inúmeras descobertas. No crescimento. E, especial e principalmente, nas de-cisões.


Era hora de visitar os ambientes físicos que poderiam transportá-lo para os ambientes habitantes da nova eternidade que ele passara a conhecer. Suas praças eram um bom ponto de partida: estação, raul, liberdade, jk, assembleia, savassi.


A busca por novos idiomas, novas formas de se comunicar. O desafio de experimentar o novo na hora de conversar. Desafio que se torna mais intenso se a comunicação estabelecida adotar a linha harry. Bem mais fácil se for apenas um hino pentecostal, como o belo womanizer...


Taças, água, vinhos e queijo – outra visita indispensável. Com chocolate. Tudo isso lembra mistura. De sabores. De almas. Movimento. Como se fossem ondas... Coisas que só o coração pode entender... E seus corações entendiam.


Eles não eram obrigados a não perceber. Nunca haviam precisado de explicações. Nas paródias da vida todas as explicações já haviam sido dadas. Ou não... Algumas soavam um tanto descabidas, desnecessárias. Tal qual em algumas canções do repertório comum de Roberta Sá e de Maria Rita.


Nascera um novo amor. Queira ou não queira terminou o carnaval. Mas não faz mal, não é o fim da batucada... Não mesmo! A gente ri, a gente chora, e comemora o novo amor...


Era (ou é? Esqueci-me dos tempos do presente texto...) hora, sobretudo, de cantar. Uma LIIINDAAA canção re-escrita. Canta, que é no canto que eu vou chegar. Canta o teu encanto, que é pra me encantar. Canta, para mim, qualquer coisa assim sobre você... Que explique a minha paz... Tristeza nunca mais...


A tristeza ainda existia. De resto, poderia ele cantar, ciente de que as coisas acontecem quando têm que acontecer, e não quando as queremos! Em suma, lágrimas, fim (de uma etapa somente), silêncio e saudade...


Muita saudade... toda trabalhada em seu coração...


Hugo Rocha

Um comentário:

Luciano disse...

Oi! Dei uma visitada em seu blog.
Achei bem "maluco", mas como dizem os gênios são incompreendidos.
Graça e Paz!