sábado, 10 de dezembro de 2011

Depois de quase desistir... desisto!?

Faz já algum tempo que penso em escrever sobre a música “Pés cansados”, da Sandy. Hoje, assistindo ao DVD “Manuscrito – Ao Vivo”, decidi enfim fazer isso. Talvez porque, hoje, tal música se encaixe mais do que nunca naquilo que estou vivenciando. E não são só os meus pés que estão cansados. Toda a minha alma encontra-se, também, mergulhada em tal cansaço.

São 25 anos de vida e a sensação é realmente de que “fiz mais do que posso, vi mais do que aguento...”. Tanto tempo de caminhada, tanto tempo de estrada, muitas experiências, muitas dores, muitos dissabores e a sensação é exatamente esta: já fui muito além do que dou conta. Estou esgotado, cansado, estafado “e a areia nos meus olhos é a mesma que acolhei minhas pegadas”. E é a mesma areia que me impede de enxergar qualquer esperança...

“Depois de tanto caminhar, depois de quase desistir, os mesmos pés cansados voltam pra você.” É nessa parte que a coisa complica. Caminhei demais, quase desisti várias vezes ao longo do percurso. Hoje, falta força para seguir. Mas falta também força para desistir. Como se não pudesse ficar mais complexa a situação, só consigo me perguntar: voltar para quem? Para Quem? Para onde? Para Onde? Prosseguir? Recuar?

Gostaria de ter para quem/Quem voltar. Ficaria tudo mais fácil se eu tivesse para onde/Onde voltar. Mas... não! Não há alternativa. Só seguir... ou não! “Eu lutei contra tudo, eu fugi do que era seguro, descobri que é possível viver só, mas num mundo sem verdade...” Não há verdade, não há companhia, não há mundo, não há segurança, não há mais luta. Nada mais... Apenas eu! A batalha, agora, é entre mim e eu mesmo.

“Depois de tanto caminhar, depois de quase desistir...”. Ah, como eu queria poder voltar, ter para quem/Quem voltar, para onde/Onde voltar... “Os mesmos pés cansados voltam pra você... sem medo de te pertencer”. Sem medo de pertencer. Mas não há pertencimento. Apenas eu, uma vez mais – e sempre!

Hugo Rocha
Escrito às 14h52 de 10 de dezembro de 2011

3 comentários:

Anônimo disse...

Perfeito.

andre' disse...

"Apenas eu, uma vez mais – e sempre!"... compreendo.

Caio disse...

Essa sensação, na verdade, é ótima.
Fazes mais do que se pode/deve é sempre a melhor opção.
E não ter pra quem voltar pode ser só um sinal de que você ainda precisa andar mais.
Sinto-me assim também, diariamente, mas tenho tentado ver essa "liberdade" mais como uma "libertação" que solidão apenas.
E sei que meus pés (e os seus também, eu aposto), ainda cansados, aguentam caminham bastante. Sempre aguentam... E caminham.
O Quem tá no final da estrada! =)