Foto: Kleber Bassa |
Nessas horas, fica ainda mais incompreensível o Amor que está sobre mim. A Graça que, em todos os dias, me alcança. Entendo o que quis dizer o autor de Eclesiastes sobre o sol nascer sobre bons e maus. Apesar de toda a minha maldade, o sol ainda nasce sobre mim. Nos meus piores dias, talvez eu o perceba com mais intensidade. Força que evidencia o Escândalo da Graça. Luz que vem acompanhada do Abraço.
Envolto nos Braços, evito pensar. Como bem diz Caeiro, uma das faces de Pessoa, “pensar é estar doente dos olhos”. E digo mais: pensar, nesses momentos, é estar doente dos sentidos. Procuro apenas sentir o Amor que me constrange e me leva de uma mera condição de existência – sobrevivência – à uma sensação intensa de realmente viver.
Assim como Pessoa, sou vários. Pena que meus vários não possuam a maestria de Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis. Pena que meus outros não sejam estetas, nem mesmo poetas.
Melhor não pensar nisso! Pelo menos, não agora. Até para pensar, é preciso esperar o momento certo. Uma das minhas poucas certezas é que “há tempo para tudo debaixo do sol”. Hoje é meu tempo de receber os raios. E permitir que eles me tragam Luz e Vida – muita Vida!
Um comentário:
Que lindo.
Postar um comentário