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Foto: Kleber Bassa |
A dor quase nunca é “explicável”, pode parecer cruel, mas ela existe para ser sentida. A intensidade com que se sente é variável: cada um a sente de uma forma, assim como também são diversas as formas de se lidar com ela.
Em “Confio em Teu Amor”, canção pertencente ao 11° álbum da série Diante do Trono, A canção do Amor, Ana Paula Valadão conseguiu expressar com maestria aquilo que se passa frequentemente dentro de mim. Logo nas primeiras linhas, descreve minha postura em meio à dor: “mesmo quando não posso entender, minhas lágrimas me impedem de Te ver, (...) calo o meu coração e me prostro...”
Criado em ambientes religiosos, desde cedo percebi que não fazia parte daquilo. Nunca me adaptei aos dogmas e às doutrinas e nunca tive qualquer disposição para me adaptar. Entre os anos de 2006 e 2008, vivi um dos períodos mais turbulentos da minha vida. Momento em que as minhas bases se tornaram, de repente, instáveis e até inexistentes. Nessa época, passei por caminhos bem próximos ao agnosticismo e ao ateísmo.
Foi nesse mesmo período, em meados de 2008, que o meu amigo Lucas me mostrou a prévia de “Confio em Teu Amor”. No momento em que eu vivia, percebi que teria que fazer uma escolha. Escolhi acreditar e confiar em Deus, Aquele que a mim se revela desde o início da vida como Amor. Ao mesmo tempo em que tornou-se-me inconcebível a vida sem Deus, percebi que nunca mais teria estômago para a religião. Escolhi trilhar um novo caminho. Meu, nEle e com Ele.
Para mim, hoje, é impossível conceber a existência sem relação com o Eterno. Não dou conta de viver assim. Mais que apenas acreditar, mas sem estar em relação e conexão diária e intensa com Ele. Sem recorrer a nenhum dos métodos tradicionais, como os rituais de orações e leituras religiosas. Ele simplesmente é em mim, a cada momento, na mesma medida em que apenas consigo ser por meio de Quem Ele é em mim. Difícil explicar. Muito mais fácil é apenas viver. Não há como definir aquilo que É e já está dado... Eu, limitado, não ouso definir Aquele que não possui limites. Não tenho tal capacidade...
Podem chamar-me de fraco, covarde... Não ligo! Não há sequer uma pessoa que não experimente dúvidas a respeito do sentido da vida e da existência. E mesmo assim nenhuma pessoa até hoje foi capaz de oferecer uma resposta plausível, coerente. Se acreditar em Deus é tolice, todas as outras alternativas são igualmente rasas, frágeis, instáveis. Todo ser-humano padece com a dúvida e com a falta...
Tem gente que acredita em uma “energia cósmica que coordena a vida”, mas me acha idiota e incapaz por acreditar em um deus que se revela como Amor... É preciso rever tais conceitos... Foi o mesmo amigo, Lucas, que no meio do ano passado sugeriu que eu escrevesse algo sobre “Confio em Teu Amor”, o que só aconteceu agora. Ontem, enviei a ele um sms com uma frase que escrevi e que, na hora, soube que encerraria este texto, que sequer havia sido escrito ainda... Verdade que nos une e que nos faz caminhar. Mesmo quando não podemos entender. Nos momentos em que as nossas lágrimas nos impedem de enxergar o Amor... Nesses dias, que são excessivamente maus, podemos dizer:
Sigo acreditando, mesmo contra toda argumentação - lógica ou não! É fé. Apenas creio, não tenho certezas. É escolha, a minha escolha de ser nEle e apenas por meio dEle.
Pra mim, é um Caminho irrevogável!
4 comentários:
Muito bom o seu texto, sua maneira de ver e viver a vida com Deus.
Sim, confiar no Amor dEle é tudo e tudo que disse é verdade.
Que seu relacionamento com o Senhor seja íntimo cada dia mais até a completa perfeição.
Lindo texto mano.
De fato cada vez mais aprendo essa forma de ser um hebreu nessa terra.
Lendo seu texto, apenas uma música me veio a mente;
"Arrasto por onde vou
Correntes de amor eterno
E grito ao universo inteiro
Quem dEle vai me separar?
Silêncio na terra e no mar
Silêncio nos mundos distantes
Pois nada me arranca dos braços
D'Aquele que me amou primeiro."
Lindo texto amigo...como sempre né!
Palavras lindas, texto inspirador...
Parabéns!
redundante ser mais um a dizer como seu texto é lindo e inspirador... mas é difícil encontrar outros adjetivos. saudade!
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