domingo, 1 de março de 2009

Mesmo hoje

Aniversário é uma data estranha! Provavelmente, se eu pensasse por mais dois minutos, encontraria pelo menos uma dúzia de adjetivos diferentes para expressar o que acho de aniversários. Mas, no momento, “estranho” é o melhor deles. O meu – dia 24 de setembro - eu detesto. Não gosto de fazer aniversário! A data, para mim, só não consegue ser mais deprimente que o Natal e a virada de ano, exatamente nessa ordem.

Mas por que acho a data estranha? Pois é apenas nesse dia que a maioria das pessoas faz aquilo que deveria fazer todos os dias. Expressar a gratidão pela companhia e pela vida do outro, que, em nós, se fez um. Seja como parte da família. Seja como amigo. Seja o que for... Discordo veementemente dessa institucionalização do outro. Quem é especial não deve ter que esperar o aniversário para saber disso. É nosso papel fazer com que o outro se sinta especial dia após dia, na convivência.

Por isso, acho que o aniversário é o dia dos que não são tentarem provar que são. Radical? Não, não acho. É certo que há sempre exceções. Mas penso assim. O que podemos esperar daqueles que aguardam o aniversário para aparecer em nossa vida? Pouco – ou nada!

Em meu último aniversário, escrevi neste blog: “sim, hoje é meu aniversário! o que quero de presente? sinceramente, não quero nada. nem espero algo diferente neste dia. ao acordar, descobri que aquilo que tenho já basta! recebi o melhor presente logo que nasci: minha família. e, aos poucos, outros bons presentes me têm sido acrescentados: amigos, leais, fiéis e companheiros. e pouco me importa se eles se lembram desta simples data. o que mais posso querer? hoje? nada em especial. apenas aquilo que os meus presentes já me têm dado: amor e companhia. mas incondicionais, gosto de frisar. não tenho condições, trocas, barganhas a oferecer. em contrapartida, nada mais quero. apenas aquilo que já tenho. prometo não cobrar. obrigado, a todos aqueles que se reconhecem e se sabem inclusos nessas palavras.”

Uma das pessoas que não vai me decepcionar, caso não apareça em nenhum dia 24 de setembro da minha vida, é o Felipe. Dele não é necessário ouvir um simples “parabéns” para saber o bem que me deseja. Isso se faz real diariamente, através do carinho e preocupação que ele expressa por mim. Gosto de amigos assim: que fazem seus votos reais em nossa vida e permanecem ao nosso lado para nos lembrar disso todos os dias. E não se contentam em apenas desejar, para, depois, esperar mais um ano antes de re-aparecer.

Muito por acaso, hoje é aniversário do Felipe! Lembro-me do dia em que nos conhecemos. “Que garoto imbecil”, pensei. Sem saber que o idiota ali era eu. Não tinha ideia do quanto o Felipe se tornaria um daqueles amigos que não precisa dizer ser para provar que é. Que não precisa dizer desejar o bem para que eu saiba o quanto ele deseja que a vida me seja cada dia mais feliz.

O Felipe não precisa de nada para ser em minha vida. Ele é meu amigo. Isso é o bastante. E o que desejo neste dia é que nós nunca precisemos de uma data para que nossa amizade seja real. Nem de palavras. Nem de presentes. Apenas de companhia. Seja o dia que for. Mesmo que esse dia seja o aniversário de um de nós. Mesmo que esse dia seja hoje...

Hugo Rocha

2 comentários:

Leandro Neri disse...

Só pra constar a minha opinião:

Foi os "Meus parabéns" mais complicado que eu já vi na minha vida! O_o

haiuhahaiuhaiuhaiuhaiuahiahiahia

=P

Will disse...

E eu preocupado com parabéns!!!

Muito bom. Não sei como pode dizer que sua escrita não é (muito) dinamica!rs